quinta-feira, 1 de maio de 2014

QUANDO NIETZSCHE CHOROU (IRVIN D. YALOM) e ONZE MINUTOS (PAULO COELHO


QUANDO NIETZSCHE CHOROU (IRVIN D. YALOM) e ONZE MINUTOS (PAULO COELHO)
 

Você pode querer me perguntar o que os dois livros tem em comum, ou na menor das hipóteses por que os dois? Na verdade eles podem ter tudo ou nada em comum dependendo do seu ponto de vista. O meu, declaro agora.

Os dois livros são exemplos de superação vividos pelos personagens que no desenrolar da trama vão se encontrando consigo mesmos. A verdade lhes aparece conforme nas palavras do narrador de Quando Nietzsche chorou, “cada um vai limpando sua chaminé”. E limpar a chaminé significa por  pra fora seus altos e baixos, ponderando, descobrindo-se. Ou quando Maria, personagem que narra Onze minutos, nos diz que suas escolhas foram suas e ninguém a obrigou a fazer nada que não quisesse.

A história de Yalom creia-me é difícil no primeiro momento, mas você vai se embrenhando páginas adentro e se descobre em uma sessão intensiva de terapia e não consegue mais desgrudar do livro. É como se você estivesse naquelas conversas e as suas dificuldades fossem sendo desvendadas uma a uma.

Embora os personagens tenham existido, acredite a história é ficcional, a trama criada pelo autor é envolvente. Estou atrasada em minha leitura, o livro já foi visto por 100 milhões de pessoas e eu sou apenas mais uma leitora e como diz a música “fiquei fã”.

Em certa passagem, no capítulo 15, ao filosofar com Breuer, Nietzsche diz que “O espírito de um homem se constrói a partir de suas escolhas”.

É em Onze minutos que Maria afirma o tempo todo que suas escolhas dependem única e exclusivamente de si próprio?. A resposta é sim.

Os dois livros contam com poucos personagens, então você consegue  lembrar-se muito bem de cada um deles. Acompanha o desenrolar da trama, como se não quisesse que o livro terminasse, afinal, terminando a história, termina também nossa sessão de terapia gratuita.

E tentando não fugir do tema do nosso blog, “desgustação e leitura”, vou me aventurar a um cardápio austríaco-suíço. Explico: a história de Nietzsche se passa na Austria, enquanto que a de Maria se passa na Suíça. Embora no livro de Paulo Coelho só me lembro de vinhos e queijos, mas como sei que os dois  países, vizinhos, compartilham de  gostos tão semelhantes pela comida, opto por um cardápio mais austríaco. Em vários trechos do livro de Yalom, podemos sentir e até saborear a comida, como na página 45:
  “Os Breuer, como a maioria dos vienenses, faziam sua refeição principal ao meio-dia e comiam um modesto jantar de restos de frios. O vidro da porta da cozinha estava embaçado. Ao abri-la, Freud foi assaltado pelo aroma quente e maravilhoso  da sopa de cevada com cenoura e aipo.”

Ou ainda na página 90:
  “Após um típico jantar vienense – uma apetitosa sopa de repolho com passas, Wiener Schnitel Spatzle couve- de -bruxelas, tomates empanados assados, o Pumpermickel caseiro de Marta, maçã assada com canela e creme chantili e água mineral”.
E segue em vários trechos do livro, exemplos da comida vienense. Foi assim que decidi com meu marido e meu filho testar um jantar austríaco-suíço cujo cardápio constituiu de batatas cozidas com manteiga e salsinha, joelho de porco (Eisbein) assado com molho barbecue, purê de maçã e claro chucrute.
O Eisben comprei pronto da perdigão, só por no forno, aprovadíssimo e para o purê de maçã e o chucrute segue as receitas abaixo.

Purê de maçã
4  maçãs, descascadas e picadas
   2 colheres de açúcar
  1  xícara de chá de água
·         2 colheres de vinagre
·         1 pitada de sal
 Descasque e pique as maçãs e leve ao fogo até desmanchar. Acrescente os demais ingredientes e esta pronto.

Chucrute
Ingredientes:
.1 repolho grande cortado em tirinhas
.2 xícaras (chá) de água
.1 colher (chá) de sal
.3 colheres (sopa) de óleo
.2 dentes de alho esmagados
.2 cebolas picadas
.1colher (café) de pimenta-do-reino
.1/4 de xícara (chá) de açúcar
..1 xícara (chá) de vinagre branco
.1 colher (sopa) de farinha de trigo

.1/2 colher (chá) de suco de limão
.1/4 de xícara (chá) de creme de leite
Modo de preparo:
Em uma panela, ponha a água e o sal e leve para ferver. Junte o repolho picado e ferva por 2 minutos. Escorra e reserve. Aqueça o óleo e refogue o alho e as cebolas até dourar. Acrescente a pimenta-do-reino,  o açúcar. Junte o vinagre misturado com a farinha de trigo, mexa e ponha o suco de limão dissolvido no creme de leite. Mexa vigorosamente e retire do fogo. Regue o repolho aferventado e sirva em seguida. 
Dica:
Esse é um bom acompanhamento para carnes de porco

I'm right back

I'm right back

Estou de volta. Depois de tantos baixos, perdas e luto, voltei. Várias vezes queria ter escrito, mas não conseguia. Infelizmente este clube não existe mais, por falta maior . É difícil quando ficamos sós e temos que empreender várias coisas . Então a partir de hoje, publico os livros que leio e experimento com meu filho e meu marido como seria aquele cardápio. Os livros são realmente um passeio pela gastronomia, podemos sentir o cheiro da comida invadindo determinado ambiente e nos deliciar só de pensar naquela comida. Assim, invejando Rubens Edwald Filho e Nilu Lebert em O cinema vai à mesa (2007), coloco aqui histórias e as receitas que consigo tirar deles. Na minha ordem de leitura, Quando Nietzsche chorou de Irvin D. Yalom (2012) e Onze minutos de Paulo Coelho (2012)