quarta-feira, 28 de agosto de 2013


Os assassinatos da Rua Morgue de Edgar Allan Poe.

By Maria Auxiliadora Arsiolli.

 

Edgar Allan Poe, um dos mais notáveis escritores americanos, é sem dúvida um enorme prazer de ler, escrever e falar. Foi o inventor da literatura gótica onde o crime, a loucura, os medos e pesadelos e a morte foi tão bem retratada em seu texto. É com Poe que nasce também a literatura policial com a publicação de Os assassinatos da Rua Morgue em 1841.

Se quisermos falar dos atuais filmes de terror, temos que dar uma olhada nessa literatura que foi a precursora desses filmes. Poe soube mostrar a mente humana como ninguém, mas também soube escrever e criar seu personagem mais intrigante da história de detetives: August Dupin.

Dupin inspirou a criação de um dos detetives mais famosos da história: Sherlock Holmes e é ele, Dupin, o detetive filosófico e dedutivo, que resolve os casos pelo raciocínio lógico.

Embora as historias de Holmes sejam contadas por seu amigo e companheiro de investigação Dr. Watson, as histórias de August Dupin são contadas por um amigo deste que é o narrador, mas que não conhecemos o nome, e que bem poderia ser o caro Dr. Watson. O método é o mesmo, a ciência como aliada, a lógica e a verossimilhança entre ficção e realidade.

Mas advertimos August Dupin não é profissional. Ele se move na história conforme sua motivação. O personagem central deste conto, o francês detetive através de um sistema próprio de dedução baseado na sua profunda capacidade de observação dos fatos, capaz de ler os pensamentos do seu interlocutor desvenda um dos mais intrincados e misteriosos casos de assassinato já enfrentado pela polícia francesa: o bárbaro duplo assassinato de mãe e filha num apartamento na Rua Morgue.

Enredo

Um hediondo crime abala Paris: uma velha senhora e sua filha, moradoras à Rua Morgue, são barbaramente assassinadas, sem qualquer motivo aparente. Um crime quase insolúvel praticado por um grande macaco, quando todos procuravam um criminoso humano.

Se nos envolvemos psicologicamente com os contos de terror de Poe, certamente nos envolvemos com as histórias de Dupin, as quais aliás são apenas três, devido ao curto período de vida de nosso autor. Abaixo a inigmática figura de Monsieur August Dupin.

domingo, 4 de agosto de 2013

Versão "Vidas secas" para 4 pães e uma cebola. By Marinês Fernandes

A vida seria bem melhor com quatro pães e uma cebola.
                                                                              By Marinês M. Fernandes.



   Em um lugar não muito distante, várias famílias vivem em condições que poucos conhecem.
   A mãe acorda todas as manhãs, como todas as outras. O pai, sentado na mureta, vendo o tempo passar e não podendo fazer absolutamente nada. Solo árido e sem previsão de chuva...
    Miséria total.
A água é de um riacho nas proximidades. As crianças menores para aproveitar o passeio no transporte vão no lombo de um burrico, nele, duas tinas grandes, onde é depositada a água. Servirá para o banho e preparo dos alimentos doados pelo governo: farinha de mandioca, feijão (velho e duro) e um pouco de açúcar, fundamental no desenvolvimento dos bebês. Digo isto porque é a base no preparo da refeição principal dos jovens seres.
  A grande realidade é que os alimentos doados não duram muito no depósito da casa e são consumidos em menos de quinze dias.
    O pai nos seus vinte e oito anos, nunca fez uma refeição diária completa. Diz que desde criança era assim com ele e os irmãos. Relembra com tristeza profunda ao reconhecer que até então, nada mudou...
    No fogão de lenha, o fogo continua aceso, ainda é a única coisa que conseguem dar continuidade em comparação ao de comer.
    O fogo aceso, umas cinco da manhã, “mainha” prepara o leite para encher as mamadeiras das crianças. Esperem aí: - Disse: "leite"?Triste engano...
    Água com açúcar, chamada de garapinha, era o preparo das mamadeiras, uma doce e amarga realidade...
     E no meio da tarde, mainha prepara a segunda e última refeição do dia. Dá o banho na meninada, prepara o chão para a ceia.
    No cardápio, farinha de mandioca e feijão (não cozinha direito por ser velho demais).
    As crianças com menos de um ano, quase sem poder triturar, engolindo a seco e inteiro, as que não tinham dentes. E as que tinham, já não podiam contar com eles, pois estes, já haviam apodrecidos (depois de passarem noites intermináveis de dor e não ter analgésicos para amenizar).
    O que seriam quatro pães e uma cebola na vida destas pessoas? Um verdadeiro escândalo!
    Tenho quase certeza, que não devem nem conhecer uma cebola de perto... Muito menos, quatro pães juntos e quentinhos!!!